Calendário Feminista – 05/09 Dia Internacional da Mulher Indígena

No dia 05 de setembro é celebrado o Dia Internacional da Mulher Indígena, que além da preservação da biodiversidade, a luta contra as mudanças climáticas, as mulheres indígenas desempenham um papel essencial na preservação das suas culturas, línguas e tradições milenares, muitas delas estão na linha de frente na defesa dos seus povos.

Em Pelotas, precisamente na Colônia Santa Eulália, está a Aldeia Gyró, composta por cerca de 15 famílias que lutam pelo seu território e por manter seus costumes e tradições.

Marciana Salvador, relata que os costumes da mulher indígena são diferentes dos costumes das outras mulheres, a vida dentro da aldeia é mais segura para as mesmas, perante a sociedade fora dela. Dentro da aldeia, as mulheres indígenas têm suas funções definidas, como criar os filhos, cuidar do lar e a produção dos artesanatos.

As tradições indígenas passam de mãe para os filhos, como as danças culturais, a produção das comidas típicas, como o Fuá e a língua Kaigang. A escola de ensino fundamental na Aldeia aplica uma educação bilíngue (Kaigang e Português).

As mulheres da Aldeia Gyró, se reúnem em diversos momentos, para conversar sobre a comunidade, decisões tomadas e também sobre as lutas sociais. O que o grande grupo de mulheres define em conjunto, é o que acaba por acontecer. Uma das principais características das mulheres indígenas da Aldeia Gyró, é o respeito que uma tem pelas outras, sempre dando valor às opiniões, principalmente em relação ao manter os costumes.

As oportunidades fora da aldeia, no mundo branco, não são tão fáceis e o ambiente dentro da comunidade é mais confortável, mas sair para estudar e trabalhar é necessário.

Um dos pontos na luta das mulheres indígenas é pela saúde dentro da Aldeia, as mulheres já trouxeram em diversas audiências públicas, rodas de conversa e nas suas próprias reuniões, como é necessário o atendimento médico ser por uma mulher, e que fale a língua Kaigang, para ter uma comunicação efetiva. Mas também em relação à educação, o professor da escola é um dos moradores da Aldeia, mas são necessários mais professores que mantenham as tradições. Apontam que o transporte público é precário para o acesso à Aldeia Gyró.

Marciana Salvador finaliza dizendo: “A luta da mulher é muito importante, principalmente no coletivo. Independente se é uma mulher indígena ou branca!”.

Por Adriana de Moraes Teixeira – Assistente Social da Cáritas Arquidiocesana de Pelotas, Marciana Salvador – Indígena da Aldeia Gyró e Rafaela Cedres Dias – Graduanda em Serviço Social pela Universidade Católica de Pelotas e Bolsista de Extensão do Observatório NOSOTRAS.

Marciana Salvador

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