Calendário Feminista – 25/10 Dia Internacional Contra a Exploração da Mulher
Em 1975 a Organização das Nações Unidas (ONU) oficializou o dia 25 de outubro como o Dia Internacional contra a Exploração da Mulher, no mesmo ano em que foi instituído o 8 de março como o Dia Internacional da Mulher, sendo definido este ano como o Ano Internacional da Mulher.
O 8 de março veio como um marco legal para a reflexão sobre os direitos das mulheres e para a celebração das conquistas sociais e políticas das mesmas, sendo considerado um dia de comemoração, por outro lado o dia 25 de outubro é uma data também dedicada à reflexão, mas neste ponto, sobre as desigualdades e discriminações de gênero que ainda persistem em nossa realidade.
O 25 de outubro, traz como pontos da data os problemas relacionados com os fatos explícitos à luta pela igualdade de gênero e contra a discriminação, que apesar de diversas lutas de movimentos feministas e diversas conquistas, ainda há muito que se avançar.
Dentre os problemas que levamos em consideração à esta data, são os elevados índices de violência doméstica, que diferente de outros crimes, ela acontece dentro de casa e por pessoas próximas, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) cerca de 30% dos casos de assassinatos de mulheres no mundo, são causados pelos parceiros íntimos.
Vivemos em uma epidemia de violência, com números maiores em relação à violência de gênero, dezenas de mulheres mortas por dia, e quando digo mortas não só fisicamente, mas também emocionalmente, mulheres que ainda mantém sua vida, mas de uma maneira precária, tratadas com desprezo e exploradas diariamente em casa, tanto moralmente, quando sexualmente.
Quando falamos de exploração, pensamos em primeiro momento em tráfico humano ou em temas de maiores repercussões, mas o principal tipo de exploração e talvez o menos contabilizado, é a exploração dentro do próprio lar, o chamado terceiro turno – que só cabe às mulheres.
O cuidado da casa, dos filhos, dos pais e até mesmo do marido e dos sogros, milhares de mulheres ao redor do mundo, após o dia cansativo de trabalho remunerado, chegam em casa e ainda têm tarefas a fazer, cozinhar, limpar, passar e etc.
A maioria das mulheres se viram em dez, para concluir todas as suas tarefas do dia, tarefas instituídas como suas por uma sociedade machista, que ainda vê a mulher como serva do lar e da família.
O dia 25 de outubro vêm como um lembrete para quebrarmos estes paradigmas, este dia instituído a 50 anos, segue tendo o mesmo peso, o que não é aceitável. Temos hoje novos conhecimentos, novas lutas e novas vertentes para acreditarmos. Entendermos que a exploração da mulher é um problema da sociedade e não só daquela mulher que sofre, é um dever comum.
Por Rafaela Cedres Dias – Graduanda em Serviço Social pela Universidade Católica de Pelotas e Bolsista de Extensão do Observatório NOSOTRAS.
