Calendário Feminista – 19/10 Dia Internacional do combate ao Câncer de Mama
O dia 19 de outubro, é o Dia Internacional de Combate ao Câncer de Mama, o Ministério das Mulheres destaca a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do tratamento adequado da doença, que é o tipo de câncer mais incidente entre as mulheres no Brasil. No marco do Outubro Rosa, a data reforça o compromisso do Governo do Brasil com políticas públicas que assegurem cuidado integral, acesso à informação e atenção à saúde das mulheres em todas as fases da vida.
Vamos bater um papo reto, de amiga para amiga, sobre um assunto que é super sério, mas
que a gente precisa encarar de frente e com coragem: a prevenção do Câncer de Mama.
A Mama e a Nossa Identidade: Mais que um Órgão
A gente sabe que o seio é muito mais que uma parte do corpo. Ele carrega um peso
simbólico enorme na nossa vida: É símbolo de feminilidade, beleza e sensualidade,
representa a maternidade e a capacidade de nutrir, de criar laços, de dar carinho, perder a
mama ou ter que lutar contra uma doença nela mexe com a nossa identidade, com o jeito
que nos vemos e sentimos no mundo. Por isso, cuidar delas é um ato de amor-próprio e de
respeito à mulher que somos.
Os Números Não Mentem!
Infelizmente, o câncer de mama é o tipo de câncer que mais afeta as mulheres no Brasil e
no Rio Grande do Sul. E o que tem preocupado é o aumento, inclusive em mulheres mais
jovens. O Rio Grande do Sul registrou, por exemplo, mais de 5 mil novos casos em 2023,
com uma taxa de incidência de cerca de 89,53 a cada 100 mil mulheres. Na cidade de
Pelotas, a estimativa mais recente (de 2023) aponta uma taxa de incidência de
aproximadamente 99,10 casos a cada 100 mil mulheres, segundo o Boletim Epidemiológico
da Secretaria Estadual de Saúde. É um número que nos coloca em alerta e mostra a
urgência da prevenção!
O “Risco Família”: Quando o Histórico Pesa
Sabe aquela história de que “câncer tem na família”? Pois é, de 5% a 10% dos casos de
câncer de mama são hereditários, causados por alterações genéticas que são passadas de
pais para filhos (como nas mutações dos genes BRCA1 e BRCA2). Ter parentes de 1º grau
(mãe, irmã, filha) com câncer de mama ou ovário. Ter história de câncer de mama em
familiares antes da menopausa ou em parentes do sexo masculino, sim os homens também
podem ter. Se esse é o seu caso, o acompanhamento médico precisa ser individualizado e
pode incluir o início da mamografia antes dos 50 anos!
O Superpoder da Amamentação: Proteção Dupla
A amamentação é um ato de amor, mas é também um fator de proteção para a mãe. Sim,
amamentar te protege contra o câncer de mama! Estudos mostram que para cada 12
meses de amamentação (somando o tempo de todos os filhos), o risco de desenvolver a
doença cai cerca de 4,3% a mais. Acredita-se que esse efeito protetor acontece porque a amamentação diminui a exposição das células da mama aos hormônios que podem
estimular o câncer e causa uma “limpeza” nas células, tornando-as mais resistentes. Ou
seja, se puder, amamente! É saúde para o seu bebê e para você.
O Que Mais Você Pode Fazer (Além da Mamografia)?
A prevenção não é só sobre exame, é sobre estilo de vida:
- Faça o Rastreamento: Aqui no RS, a orientação é a Mamografia de rastreamento
para mulheres de 50 a 69 anos a cada dois anos. Mas lembre-se, se sentir algo ou
tiver alto risco, procure o médico em qualquer idade! - Mexa o Corpo: A atividade física regular ajuda a controlar o peso e os níveis
hormonais. - Coma Bem: Uma dieta rica em frutas, vegetais e pobre em gorduras e processados
é sua aliada. - Menos Álcool: Evite o consumo excessivo de bebidas alcoólicas.
- Pare de Fumar: O tabagismo é um fator de risco para vários cânceres.
- Conheça Seu Corpo: Faça o autoexame sem neuras, apenas para conhecer o que é
normal nas suas mamas e procurar ajuda se notar qualquer mudança (caroço,
secreção, alteração na pele, etc.).
O cuidado é diário! Vamos juntas, cuidar da nossa saúde e da nossa força!
Procure a sua Unidade de Saúde (UBS) e converse com os profissionais. A prevenção
começa com a informação e a atitude.
Por Regina Nogueira – Médica pediatra, coordenadora da Rede Alyne. Professora da UCPEL e mestranda do PPG de políticas públicas e direitos humanos.