Dia 2 – O Protagonismo da Mulher Negra: Urgências, Desafios e Transformação Social – 21 de Novembro

Foto: Adobe Stock. Disponível em: https://observatorio3setor.org.br/conheca-iniciativas-do-terceiro-setor-comprometidas-com-as-mulheres-negras/.

A Campanha dos 16 dias de ativismo contra as violências contra mulheres no Brasil, passou a ser 21 dias para se incluir o 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, e dar protagonismo as mulheres negras, provocando o debate necessário sobre as estatísticas que nos colocam a margem da sociedade. Estamos em maioria nas filas para conquistar as casas próprias, nas listas dos indicadores de feminicídios, nas filas das sacolas econômicas e do bolsa família, na busca por empregos digno, a espera da vaga nas escolas de educação infantil. Algumas mudanças já são percebidas, quando uma mulher negra disputa a vice presidência do país de maior economia mundial, quando se elege uma mulher quilombola no interior do Estado do RS, quando se elege uma mulher negra na vice prefeitura da uma cidade tradicionalmente conservadora, quando se tem em todos os horários nobres da TV aberta, atrizes negras protagonizando os papeis principais. Devemos considerar que a mulher negra é o alicerce invisível sobre o qual a sociedade brasileira se sustenta. Porém, o reconhecimento de sua força, sabedoria e potência ainda enfrenta barreiras impostas por uma estrutura historicamente racista, patriarcal e excludente. Quando falamos sobre o papel da mulher negra no Brasil, falamos de uma força que transcende gerações, mas que continua sendo silenciada pelas estatísticas da violência, desigualdade e marginalização. Destacamos: * Desigualdade no mercado de trabalho: Mulheres negras são maioria nos empregos mais precarizados, como trabalho doméstico (44%, segundo o IBGE). Além disso, elas ganham, em média, 40% a menos do que homens brancos na mesma posição, segundo o Dieese.* Violência estrutural: O Atlas da Violência de 2023 revelou que 68% das mulheres assassinadas no Brasil são negras. Isso reflete um sistema de segurança pública que perpetua a violência racial e negligencia as vítimas. * Acesso à educação: Apesar de avanços, apenas 10% das mulheres negras chegam ao ensino superior, contra 30% de mulheres brancas, evidenciando um abismo na formação acadêmica. * Saúde e maternidade: A mortalidade materna é 60% maior entre mulheres negras, resultado de um racismo institucional que é indiferente as demandas no sistema de saúde. Esses números não são meras estatísticas, são manifestações da desumanização histórica que tenta reduzir a mulher negra a papéis subalternos. Ainda assim, ela resiste, ressignifica sua identidade e constrói espaços de luta e transformação.

Por Diná Lessa Bandeira – Promotora Legal Popular/Conselheira Estadual de Direitos da Mulheres/Comunicadora/Mobilizadora Social/ Associada FEMENI/GAMP Feminista/Articuladora da REDE SUL de Garantia dos Direitos das Mulheres e Meninas.

Sugestão de Leitura: “Mulheres negras na luta pela cidadania no Brasil”. Disponível em: https://iree.org.br/mulheres-negras-na-luta-pela-cidadania-no-brasil/#:~:text=As%20mulheres%20negras%2C%20que%20representam,em%20diversos%20aspectos%20da%20sociedade

Sugestão de Vídeo: “CONSCIÊNCIA NEGRA | Por que este dia é importante?”. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=v5a67FiRAwM

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