21 dias de ativismo pelo fim da violência contra Mulheres e Meninas – Dia 20 – 09/12

Renascemos quando rompemos o ciclo da violência e reconstruímos nossa própria narrativa.

A superação não é apenas um ato individual, mas um processo coletivo, como defendem
Bell Hooks e Angela Davis: mulheres se fortalecem quando encontram apoio, acolhimento e espaços onde sua voz ganha centralidade. Judith Butler lembra que corpos marcados pela vulnerabilidade também podem ser territórios de resistência, e é nessa resistência que nasce o empoderamento, que sugiro trocar por pontencializar, ou fortalecer, a escolha do sinônimo depende do contexto, mas reflete um processo que torna a mulher mais forte, eficaz.

Ao acessar redes de proteção, políticas públicas, autonomia econômica e formação crítica, mulheres transformam trauma em potência, dor em luta, silêncio em movimento. A potencialização pós violência é, acima de tudo, a afirmação radical de que existiremos com dignidade, liberdade e futuro.


A superação e o fortalecimento da autoestima são pilares centrais para potencializar mulheres após vivências de violência. Quando uma mulher reconhece seu valor, reconfigura a forma como se vê no mundo e amplia sua capacidade de acessar direitos, serviços e oportunidades.

Como indicam Bell Hooks e Paulo Freire, processos emancipatórios começam no “reencantamento de si”: na consciência crítica que permite romper círculos de opressão e reconstruir identidades feridas.

Trabalhar autoestima não é algo superficial, é devolver à mulher o direito de desejar, decidir e ocupar espaços. Ao qualificar esse cuidado com apoio psicológico, autonomia econômica, educação e redes de solidariedade, garantimos que cada mulher não apenas sobreviva, mas renasça como sujeito pleno de dignidade e futuro.

Assista o vídeo da Arena Sociológica em conjunto com o Observatório NOSOTRAS na campanha 21 Vozes, 21 Dias: https://www.youtube.com/watch?v=WNl5QLNtxow

Por Diná Lessa Bandeira – Bacharela em Biblioteconomia e mestre em Comunicação Social, integrante da Rede Sul de Proteção aos Direitos das Mulheres e Meninas/ Observatório NOSOTRAS.


Referências Bibliográficas
Butler, Judith. Corpos em Aliança e a Política das Ruas. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2018.
Davis, Angela. Mulheres, Raça e Classe. São Paulo: Boitempo, 2016.
Freire, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz & Terra, 2019.
hooks, bell. O Feminismo é para Todo Mundo: Políticas Internacionais. Rio de Janeiro:
Rosa dos Tempos, 2018.
hooks, bell. Ensinando a Transgredir: A Educação como Prática da Liberdade. São
Paulo: WMF Martins Fontes, 2017

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