21 dias de ativismo pelo fim da violência contra Mulheres e Meninas – Dia 19 – 08/12

O tráfico de mulheres e a exploração sexual constituem uma das formas mais perversas e cruéis de violência de gênero e que ocorre à sombra da desigualdade social, da pobreza, do racismo e de outros marcadores que atravessam as existências de meninas e mulheres, que são aliciadas, enganadas ou forçadas, tendo seus corpos transformados em mercadoria, seus direitos negados e sua dignidade sistematicamente violada. Trata-se de uma violência contínua, que rompe vínculos familiares e impõe sofrimento físico e psicológico profundo, muitas vezes naturalizado pela invisibilização social dessas vítimas.

Essa engrenagem criminosa se sustenta no silêncio, estigma e culpabilização das próprias mulheres e meninas exploradas. Ao serem reduzidas a números ou a narrativas distorcidas, suas histórias deixam de sensibilizar e mobilizar a sociedade. Por isso, dar visibilidade ao tráfico de mulheres e meninas e à exploração sexual é um ato político e ético: significa reconhecer essas mulheres e meninas como sujeitas de direitos, denunciar as estruturas que permitem essa violência e responsabilizar não apenas os traficantes, mas também os sistemas econômicos, sociais e culturais que a tornam possível.

Erradicar essa forma extrema de violência de gênero exige um compromisso coletivo, políticas públicas eficazes, cooperação internacional e uma rede de proteção que acolha, escute e garanta caminhos reais de reconstrução para as vítimas. Exige, sobretudo, romper com a indiferença e invisibilidade. Enquanto meninas e mulheres forem exploradas como mercadoria, nenhuma sociedade poderá se dizer justa ou democrática.

Assista o vídeo da Arena Sociológica em conjunto com o Observatório NOSOTRAS na campanha 21 Vozes, 21 Dias:https://www.youtube.com/watch?v=yNSdxA5Q4e0

Por Drª Claudia Peixoto – Superintendente de Direitos Humanos de Rio Grande

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