Calendário Feminista – 21/09 Dia Nacional da Luta das Pessoas com Deficiência
O Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência foi instituído em 14 de julho de 2005, por meio da Lei Federal nº 11.133, resultado da mobilização do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência. A escolha de 21 de setembro está ligada à chegada da primavera e ao Dia da Árvore, simbolizando o florescimento das lutas por cidadania e a busca pela inclusão em condições de igualdade.
Mais do que uma data simbólica, o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência nos convida a pensar se já alcançamos, de fato, um mercado de trabalho inclusivo, capaz de acolher com qualidade e respeito à diversidade.
Em minha trajetória pessoal, foi no serviço público, por meio de concurso público, que obtive a oportunidade de efetivamente ingressar no mercado de trabalho. No ano de 2020 a 2025, atuei como Assistente Social em um abrigo municipal, a Casa da Acolhida Luciety, que acolhe e protege mulheres vítimas de violência doméstica. Neste contexto, iniciei minha atuação como uma profissional cadeirante em um espaço extremamente delicado, onde outras mulheres expunham suas fragilidades.
Desde o início da minha trajetória ela foi marcada por percalços, a falta de acessibilidade é uma violência constante na vida da pessoa com deficiência que decide ter uma vida profissional, desde o início precisamos desbravar os espaços e fazê-los se tornar espaços efetivamente preparados para receber todas as pessoas. Quando cheguei ao abrigo, reformas precisaram ser feitas na infraestrutura do local, mesmo sendo um abrigo que a qualquer momento poderia receber uma vítima de violência doméstica com deficiência, ele não estava preparado para essa situação.
Apesar das adversidades, percalços e barreiras ainda presentes, é imprescindível que a pessoa com deficiência ocupe os espaços que legitimamente lhe pertencem. Essa presença não apenas reafirma direitos conquistados, mas também evidencia à sociedade que somos parte ativa e indissociável dela, com responsabilidades, competências e contribuições significativas. Mais do que inclusão, trata-se de garantir justiça social e consolidar uma cidadania plena, em que cada indivíduo, independentemente de suas condições, possa exercer o seu papel de forma digna e respeitada.
Por Fernanda Harter Oliveira, 30 anos – Assistente Social formada pela UCPel em 2017/2, com experiência no trabalho com mulheres vítimas de violência doméstica e atualmente atuando na proteção social básica do município de Pelotas/RS
